Islam

(Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso)


Todas as religiões do mundo tomaram o nome do seu fundador ou da comunidade e nação na qual essa religião surgiu. Por exemplo, o Cristianismo foi buscar a sua denominação ao Profeta Jesus Cristo (que a Paz esteja com ele), o Budismo ao Seu fundador, Glautama Buda, o Zoroastrianismo ao seu fundador Zoroastro, e o Judaísmo, a religião dos Judeus, do nome da tribo de Judá (do país da Judéia), onde nasceu.
O Islam, ao contrário não tem qualquer associação com uma determinada pessoa ou povo. A palavra Islam não transporta em si qualquer relação, porque não pertence a uma pessoa, a um povo, ou a um país em especial. Tampouco é produto de uma mente humana, nem está confinada a uma determinada comunidade, é uma religião universal e o seu objetivo é criar e cultivar no homem a qualidade e comportamento do Islam.
A palavra Islam provém do árabe Islaam, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama, e significa "submissão (a Deus)". O Islão é descrito em árabe como um "deen", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação etimológica com outras palavras árabes como Salaam ou Shalam, que significam "paz".



Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio ativo do verbo aslama, designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no português a partir do castelhano, sendo provável que essa língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente.
Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos", este termo tem vindo a cair em desuso porque implica, incorretamente, que os muçulmanos adoram Maomé – Profeta Mohammed, que a paz de Deus esteja sobre ele – (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como sarracenos e também por mouros (embora este último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do Magrebe, que se encontravam na Península Ibérica).


O Islão ensina seis crenças principais:

A crença em Allah, único Deus existente;

A crença nos anjos, seres criados por Allah;

A crença nos livros sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Corão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a coletânea dos ensinamentos revelados por Allah ao profeta Mohammed (que a Paz e bênção de Deus estejam com ele), através do anjo Gabriel;

A crença em vários profetas enviados à humanidade;

A crença no dia do Julgamento Final, no qual as ações de cada pessoa serão avaliadas;

A crença na predestinação: Allah tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa.


E Deus disse-nos no Corão, capítulo 2, verso 285:
“O Mensageiro crê no que foi revelado por seu Senhor e todos os fiéis crêem em Deus, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros.


Mohammed (que a Paz e Bênção de Deus estejam com ele) disse:
“A crença consiste em crerdes em Allah, nos seus Anjos, Suas escrituras, Seus mensageiros, no dia final e crerdes no predestino bom e mau




Os pilares do Islam:

A profissão de fé (Shahada)
A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Allah e Mohammed é seu servo e mensageiro".
De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao Islão é necessário proclamar três vezes a shahada ("testemunho") perante duas testemunhas:
"Ashadu ana ala ilaha ila Allah. Ashadu ana Mohammad Rassululah"
"Testemunho que não há outra divindade senão Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro".





O Salat (a oração)
A oração no Islam (Salat, em árabe) é composta por cinco partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No Islam, não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.
Durante essas orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha feito antes sua purificação.
A purificação é realizada através da higiene especifica e detalhada, que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés. (Veja mais detalhes aqui)
Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direção de Meca (qibla).




A contribuição de purificação (Zakat)
O Islam estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se se tratar, por exemplo, de produtos agrícolas (nesse caso a contribuição pode chegar a 10% da colheita agrícola).
Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade. O anúncio dessas doações somente poderá ser feito se isso contribuir para que outras pessoas sejam motivadas a fazer o mesmo (caso de personalidades e pessoas proeminentes da sociedade), e esse ato deve ser sincero, mesmo que em público.




E Deus disse:
“Praticai a oração pagai o zakat” (2:44)


O jejum no mês do Ramadan (Saum)
O jejum é obrigatório a todo muçulmano saudável (salvo exceções). Durante o Ramadan (o nono mês do calendário islâmico), cada muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de ter relações sexuais, desde o nascer até ao pôr-do-sol.

Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do jejum. Em compensação, essas pessoas devem alimentar um pobre por cada dia que faltaram ao jejum ou então realizá-lo noutra altura do ano. O jejum é interpretado como uma forma de purificação, de aprendizagem do autocontrole e de desenvolvimento da empatia por aqueles que passam fome ou outras necessidades.

O mês de Ramadan termina com o dia de celebração conhecido como Eid ul-Fitr, durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que lhes foi concedida para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é hábito visitar os familiares. Essa comemoração serve também para o perdão e a reconciliação entre pessoas desavindas.






E Deus disse:
Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. Jejuareis determinados dias; porém, quem de vós não cumprir jejum, por achar-se enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Mas quem, só à custa de muito sacrifício, consegue cumpri-lo, vier a quebrá-lo, redimir-se-á, alimentando um necessitado; porém, quem se empenhar em fazer além do que for obrigatório, será melhor. Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabê-lo. O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e vidência de orientação e Discernimento. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais. (Corão, 2:183-185)


A peregrinação (Hajj)
Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico.
Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na última parte do Hajj, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde o profeta Mohammed disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de animais.



E Deus disse:

Não adoreis senão a Deus; tratai com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos e os necessitados; falai ao próximo com doçura; observai a oração e pagai o zakat. (2:83)


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