Jejum

O jejum no Islam

(Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso)


A abstinência dos prazeres mundanos e coibir as más intenções e desejos são considerados um ato de obediência e de submissão a Deus assim como uma expiação de pecados e erros.

Deus nos Diz no Sagrado Corão:

Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. (Corão 2:183)

Os muçulmanos jejuam como um ato de adoração a Deus, buscando suprimir seus desejos e aumentar sua piedade espiritual. Jejuar juntos como uma comunidade mundial – Ummah – como é feito durante o RamaDan, por exemplo, afirma o sentido lato de irmandade e equidade do homem perante Deus.
A palavra árabe para jejum, “sawm”, significa literalmente “reafirmar” – e isso significa não apenas reafirmação quanto à comida e bebida, mas também reafirmação contra das más ações, maus pensamentos e más palavras.
 Durante o período de jejum, todas as partes do corpo devem ser contidas. A língua deve ser contida quanto às calúnias e fofocas. Os olhos devem ser contidos de olhar para coisas ilícitas. A mão não deve tocar ou pegar nada que não a pertença. Os ouvidos devem ser contidos de ouvir conversas jogadas fora ou de palavras obsenas. Os pés devem ser contidos de irem a lugares onde haja pecado. Dessa forma, todas as partes do corpo observam ao jejum. Portanto, o jejum não é meramente físico, mas sim um total comprometimento do corpo da pessoa e de sua alma ao espírito do jejum.
Ao longo do dia, os muçulmanos que jejuam são constantemente bombardeados com estímulos de seus estômagos sobre a necessidade de quebrar o jejum, pois é hora do café da manhã, do almoço, do lanche... E nesses momentos os muçulmanos devem se lembrar que eles estão jejuando sob o propósito de agradar a Deus e, assim, buscam a Sua misericórdia.
O jejum nos ajuda a experenciar como é a vida daqueles que não têm o que comer. Através dele aprendemos a dividir esse “sofrimento” com aqueles que não tem comida. O jejum nos encaminha a apreciar as bênçãos de Deus, que muitas vezes são tomadas por nós como algo garantido – até que nos falte.

Do que devemos nos abster?

O Jejum no Islam não significa apenas abstinência da comida, mas também, afastamento dos vícios e do mal, sejam eles conscientes ou inconscientes. Se alguém se afasta voluntariamente da comida, bebida e sexo lícito, terá maior/melhor condições de afastar-se das coisas e atos ilícitos ao longo do ano.




Quem deve jejuar?
Jejuar é uma obrigação (pilar do Islam – RamaDan)

Deus nos diz no Corão:

[...] porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais. (2:185)





Os que estão livres do Jejum

O jejum é dever de todo muçulmano, racional, saudável.



Esclareceremos, então, as especificidades de cada uma dessas liberações.

a) O idoso que lhe é difícil o jejum, está autorizado a se alimentar, desde que doe três quartos do peso de um quilo (750g) em comida para os necessitados dentre os muçulmanos, e isto é o que chamaríamos de Al-Fidya*, ou seja, “A redenção”.

* Al-Fidyah ou a Fidyah: é um terço de um kilo de alimento. É recomendado que seja sempre considerado e pago dois terços

b) As gestantes que estiverem prestes a dar a luz ou as nutrizes cujo haja pouco leite em seus seios e o jejum lhes é prejudicial, estão livres do jejum do mês de Ramadan, devendo repor os dias em que não jejuaram. Caso o jejum prejudique-as e ao bebê, devem repor os dias não jejuados e pagar a Fidyah.

c) Os que são acometidos de sede excessiva ou aqueles que o jejum os prejudica e é impossível que possam realizá-lo, estão isentos do jejum do mês de Ramadan, e devem repô-lo e pagar a Fidyah. Caso a sede excessiva esteja ligada a uma determinada situação ou período, cujo caso mudem as condições o mesmo terá condições de jejuar, neste caso, quando for capacitado, deve repor os dias não jejuados, e não é obrigatório o pagamento da Fidyah.

d) Os que sofrem de sede excessiva, no entanto, podem jejuar, mas se isto lhes é muito difícil, estão isentos do jejum e devem pagar a Fidyah e repor os dias não jejuados, caso tenham condições.

e) Os que estão acometidos de outras doenças e não podem jejuar a fim de que possam se utilizar de remédios, também estão isentos
do jejum de Ramadan, devendo repor os dias não jejuados.

f) Se em determinado dia o jejuador ficar com muita sede e temer que sua saúde seja muito afetada, está autorizado a tomar somente o necessário de água, tendo seu jejum invalidado. No entanto, deve permanecer em jejum até o final do dia e repô-lo posteriormente.

g) Se o jejum possa causar muitos prejuízos e grandes dificuldades, tais como demissão do emprego ou impossibilidade de trabalhar, e a pessoa não tiver outra saída além de quebrar o seu jejum, esta pode deixar de jejuar se alimentando somente o necessário, devendo repor quando os dias não jejuados no momento que puder após o mês de Ramadan.

h) O viajante que se distancia de sua cidade ou local de sua permanência em 45 quilômetros de ida e volta também está livre do jejum do mês de Ramadan, devendo repor os dias não jejuados.


Quando jejuar e rituais do Jejum







Para saber mais :
As Vantagens e Razões do Jejum (clique aqui)
As Condições da Obrigatoriedade do Jejum e sua Aceitação (clique aqui)
As Transgressões e o que é ligado a elas (clique aqui)
Os Tipos de Jejum (clique aqui)



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O profeta Mohammed (que a paz e bênção de Deus estejam sobre ele) disse:

“O mais justo dentre as pessoas é aquele que deseja para os outros o que ele deseja para si mesmo e detesta para as pessoas aquilo que ele detesta para si próprio”.


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